Antes de tudo, é importante dizer: nem todo atraso na fala significa autismo.
Muitas vezes, a origem está onde menos se imagina — nos ouvidos.
A perda auditiva leve, moderada ou até unilateral pode passar despercebida no dia a dia, mas causar um impacto significativo no desenvolvimento da linguagem e da comunicação da criança.
Por que a audição é essencial para o desenvolvimento da fala?
A fala é construída a partir da escuta.
A criança aprende novas palavras, sons e entonações observando e ouvindo quem está ao seu redor.
Quando há qualquer barreira na audição, mesmo que pequena, o cérebro deixa de receber estímulos sonoros com clareza — e isso atrasa o processo natural da linguagem.
Por isso, antes de considerar diagnósticos mais complexos, é fundamental avaliar a audição da criança.
A confusão entre autismo e perda auditiva
É comum que sinais como falta de resposta ao nome, dificuldade de interação ou ausência de fala gerem suspeita de autismo.
No entanto, esses mesmos comportamentos podem estar relacionados à dificuldade de ouvir.
Imagine: se a criança não escuta bem, ela não responde, parece distraída e tem mais dificuldade para se comunicar — o que pode ser interpretado erroneamente como um sinal de autismo.
É por isso que o diagnóstico diferencial é tão importante.
A perda auditiva e os transtornos do espectro autista são distintos, mas podem coexistir. Identificar cada quadro corretamente é essencial para oferecer o tratamento adequado.
Como é feita a avaliação auditiva infantil
Na Clínica Ságita, realizamos avaliações auditivas completas e adaptadas à idade da criança.
Os exames são simples, indolores e podem ser feitos até com o bebê dormindo.
Entre os testes mais utilizados estão:
🎧 Emissões Otoacústicas (EOA) — avalia a função da cóclea, identificando perdas auditivas leves.
🎧 Audiometria Infantil — mede a capacidade auditiva de forma lúdica e interativa.
🎧 BERA (Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico) — analisa a resposta cerebral aos sons, ideal para crianças pequenas.
Esses exames ajudam a identificar se o atraso na fala é realmente um sinal neurológico — ou se há uma causa auditiva por trás.
O papel do otorrino e da fonoaudióloga
O trabalho conjunto entre otorrinolaringologista e fonoaudióloga é fundamental.
Enquanto o otorrino investiga e trata possíveis causas clínicas da perda auditiva (como infecções, líquido no ouvido ou alterações anatômicas), a fonoaudióloga atua na estimulação da linguagem e reabilitação auditiva.
Na Clínica Ságita, o atendimento é feito de forma integrada, com escuta ativa, acolhimento e um olhar atento às particularidades de cada criança.
Por que o diagnóstico precoce é tão importante
Quanto antes a perda auditiva for identificada, maiores são as chances de desenvolvimento saudável da fala, da aprendizagem e da socialização.
Com o tratamento certo, é possível restabelecer o estímulo auditivo, favorecer a comunicação e garantir qualidade de vida para a criança e toda a família.
